sexta-feira, 9 de outubro de 2015

sem roteiro...

Já fora um peito preenchido de certezas,
Entregue a rotas determinadas.
Um disciplina atada em nós...

Cada nó bem feito,
bem preso,
seguro...

Agora o peito é desenfreado,
solto,
sem meta a cumprir...

Os nós se desfizeram...
alguns foram cortados...
nada mais é seguro, preso, bem feito...

o barco se desprendeu do porto
e está...
como sempre desejou...
solto no meio do oceano...

alguma hora o peito se atracará em alguma certeza
presente em uma "terra a vista" inesperada...

por enquanto fico a olhar o céu limpo
e esperar, sem medo,
as possíveis tempestades!

Fernanda Ebling.

terça-feira, 6 de outubro de 2015

rarefeito...

Talvez,
se eu tivesse sido sincera com meu peito
Entregado todo o ar e lágrimas ao espaço
Soltado todos os gritos que sufocam
Aberto todas as possibilidades de loucura e...
E ao invés de fugir para me livrar, encarar.
Não estaria, agora, moída pelo ressentimento do que não enfrentei...

Escorre sal dos meus olhos
Lambuzam o rosto

Faço de mim lama de lágrimas e passado...